O vereador de Naviraí, André Ricardo Biscaro (Ricck), 2º secretário da Câmara Municipal, usou a tribuna para denunciar um possível caso de negligência médica ocorrido na Santa Casa do município. A vítima seria sua tia, Vilma Zaguetti, de 57 anos.

Segundo o vereador, Vilma deu entrada na unidade hospitalar no dia 24 de agosto, após ser socorrida pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), apresentando fortes dores nas costas e dificuldade para andar.

Após o atendimento inicial, o médico plantonista identificou, por meio de uma tomografia da região lombar, a necessidade de uma cirurgia. Por conta disso, foi solicitada a transferência da paciente para Dourados. No entanto, essa transferência não foi realizada, e Vilma permaneceu na Santa Casa sem a realização de outros exames complementares.

Mais de 30 horas após a internação, já na tarde de domingo (25), a paciente começou a passar mal. A filha acionou novamente a equipe médica, e Vilma passou por exames de sangue, que constataram uma condição gravíssima.

Ela foi diagnosticada com falência renal, infecção generalizada, acidose metabólica severa e risco iminente de parada cardíaca devido ao excesso de potássio no sangue. “Minha prima disse que, 20 minutos antes de falecer, ela foi ao banheiro e urinou sangue. Sabia que aquilo não era normal”, relatou Ricck ao TopMídiaNews.

Durante o período em que esteve internada, segundo a família, Vilma teria recebido apenas medicamentos para dor e enjoo. Além da demora no atendimento, os familiares alegam que a falta de medicação adequada poderia ter ajudado a salvar sua vida, uma vez que ela não possuía histórico de doenças graves.

O advogado que representará a família deve protocolar uma denúncia formal na Câmara Municipal, no MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e no CRM (Conselho Regional de Medicina), para que o caso seja apurado e a possível negligência médica, investigada.

“Eu respeito e acredito em muitos médicos, porque Naviraí tem profissionais sérios e dedicados. Mas a conduta desta médica foi inaceitável. Eu, como agente público e defensor da população, não vou deixar isso passar em branco. Com esse erro, morreu a minha tia, mas poderia ter sido qualquer pessoa. Muitas famílias talvez não tivessem coragem de denunciar. Eu vou ter. Sempre disse e repito: vou lutar até o meu último dia de vida para que situações como essa nunca mais se repitam, doa a quem doer”, declarou Ricck durante a sessão na Câmara.